sábado, 30 de julho de 2016

Pfff, Shhh

Posmodernia?
Geração X, Y, Z?
Psicopatia?
Alienação?

Eu tava na “bad”
Liguei a TV
Fiquei de boa
É uma TV!

Pfff!

Lembrei do notebook
Virei rápido pra trás
Preciso de uma rede sem fio sem senha
Sou um cara sagaz

Já é de madrugada já
Os problemas se amenizaram
Viajo num torpor virtual
E as horas se passam

Uma pessoa real entra na casa
Surge um diálogo psicodélico, lágrimas
Minha vidinha virtual e academicista somem
O que é isso Habermas?

Você é frio
Você é um livro
Você é virtual!
E ainda sou real

Pfff!

Filósofos contemporâneos
seus conceitos inexistem
Já contaram pra vocês histórias místicas, percepções extra sensoriais, emoções, divagações...
Mas o que ficou nos livros gelados foram apenas conceitos inexistentes

Quem é você vei?
Quem sou eu?
O que que cê tem cara?
O que que rolou?

É uma TV!
Sou um cara sagaz!
E as horas se passam
O que é isso Habermas?

Lembrei do notebook
Você é frio
Eu tava na “bad”
Já é de madrugada já

Eu ainda sou real
Fiquei de boa
Viajo num torpor virtual
Preciso de uma rede sem fio e sem senha

Surge um diálogo psicodélico, lágrimas
Você é um livro
Os problemas se amenizaram
Liguei a TV

Virei rápido pra trás
Uma pessoa real entra na casa
Minha vidinha virtual e academicista somem
Você é virtual!

Poetas aprendizes me leiam, existam
Contarei estórias bizarras, mesquinhas, perspectivas insanas, supra-humanas, abraços, indicações...
Faremos livros quentes que ficarão. Serão conceitos reais, porém velados

Shhh!



Vinícius de Almeida Mendonça



sexta-feira, 29 de julho de 2016

Qualidade do Indivíduo

O coletivo social se conectou, com um tapa na nuca, forçando o súdito a se prostrar, curvado, com a fronte inclinada, sempre para frente; pianinho, calado, sem reclamar. Se isso não é positivo para alguns, para outros é finalmente se render, de bom grado, ao opressor do tempo que passa e que um dia, ou outro, sempre finda.  Ser insano, ora ou outra, é corriqueiro.

 - Viva a pátria! - Alguém vai gritar, na qualidade de cidadão.

O homem, em seu cubículo de escritório, está desgastado. Ele quer chegar em casa, tomar banho, ouvir música, receber o prato quente na mão, jantar no sofá, assistindo TV. Algum problema?

A filha, encantada com a universidade, quer fazer amor gostoso, publicar em seu blog, beber até ficar em coma e continuar frustrada em busca de entender a felicidade. Algum problema?

O avô quer ficar calado! Algum problema?

A mulher, consumada, consumida, consciente, quer esperar o marido, a filha, o avô e o rato, em paz. Alimentar a todos e então, somente então, se cuidar. Algum problema?

Depois que todos daquela tirpe cansou de se prostar e finalmente dormiram com a TV ligada e esquecida, o rato chegou, pegou uma migalha e assistiu um curta sobre a qualidade dos gatos, seu programa favorito. Sem problema algum...




Fabiano Oliveira



quinta-feira, 28 de julho de 2016

Catarse corporal


Novamente me peguei martirizando meus pensamentos
E o que mais me incomoda é o fato de mostrar o descontrole,
Não em ter perdido o controle,
porque não gosto de me sentir despida dessa virtude.
Sou a pior pessoa que alguém pode conhecer, pois todos criam uma personagem que na verdade nem eu mostro ser.
Foda-se (na verdade mandar alguém se foder deveria ser o melhor desejo dito a uma pessoa)
Ok, não sou controlada!
E longe ser uma menina doce
Mais perto em ser querida (por alguns é claro, se nem Cristo meu grande amigo agradou).

As pessoas me olham e começam a cochichar,
Dou de ombros
Desejava ajudar elas com algumas informações extras sobre mim.
-“PUTA!”
Escuto o velho escroto sentado do outro lado da rua coçando o saco proferir para mim.
Apenas agradeço e peço encarecidamente para lembrar das minhas profanações nas missas de domingo.

As pessoas têm muito medo de verbalizar todas as putas que existem em si.
Homens e mulheres não estejam “putos” sejam “putas”(faz muito bem viu).

Viver fora dessa forma padronizada nos transforma na ovelha negra da família,
Isso é bom,
Preto é minha cor preferida!
Minha família há tempos não têm informação sobre mim,
Apenas acompanham publicações em redes sociais,
E fazem murmurinho para os mais velhos que não fazem uso dessa tecnologia.
Disso pouco me importa.

Enquanto me recomponho da última gozada.
Aos meus 18 anos me permito dizer a vocês que mulheres também gozam sozinha,
E muitas vezes se deliciam com um pornô aleatório de um site que já fica salvo na página de favoritos,
Podem começar a me chamar de profana,
Não perderei o controle, mas se eu perder
FODA-SE novamente (dessa vez mais deliciosamente que a primeira)
O mundo necessita de pessoas com a vida sexual resolvida.

Aos amantes de uma literatura bonita e livre de todo esse pudor
Acompanhe autores parnasiano
Eles tinham um dom de mascarar essa sujeira toda
Criavam um conto de fadas
E pulavam a lua de mel
Pois até a Rapunzel
deixe-me dizer
Trepou ou fez amor como você preferir.
Longe de querer sexualizar sua infância
Ou ainda acredita que a cegonha que trouxe você?

E se por acaso encontrarem esse achado um dia em minhas coisas,
Vou ajudar a você simplificar quem eu sou,
Sou mulher ou como costumam chamar esse gênero no século XXI
Osso da costela de Adão,
Sexo inferior,
Vadia,
Vagabunda,
Piranha,
Puta!

Thalia Peçanha