quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Relato de estréia do Cineclube "Ciber & Cultura"

Cibercultura e Cultura...  Ação afirmativa da resistência afro-brasileira... o que isso tudo tem a ver com cineclubismo? Cidadão do Mundo?

A Rede Cidadão do Mundo estreou o Cineclube no Núcleo Afro Odomodê neste segunda-feira, 8 de Agosto. Contamos com o apoio dos educadores sociais deste Núcleo e com a presença de mais de 10 jovens entre 12 e 14 anos. Pra nossa surpresa (pelo menos da minha parte) e alegria, a galerinha estava muito inteirada e interessada nos conteúdo expostos. Teve muito debate. Conversamos muito sobre a cultura africana, a origem do povo brasileiro, quem são nossos reais ascendentes... e muito mais...

Nada melhor do que se comunicar, educar e aprender para sermos verdadeiros cidadãos. Isolado não conquistamos nada. Há muito o que aprender, ou seja, temos que aprender a aprender também. A Cibercultura é algo muito presente na nossa sociedade. Desda da nova linguagem até o mercado de trabalho, nós estamos imersos nessas novas dinâmicas. O que é uma exibição seguida de debate se não compartilhamento rápido e muitos conteúdos acumulados para serem explanados e debatidos? Muitas vezes "ficamos de cara" quando um jovem demonstra dominar certos assuntos. As pessoas acima de seus 25, 30 anos percebem o quão diferenciado é o que um jovem menor de idade atualmente é capaz de abordar sobre diversos temas. Temos que potencializar isto. Mais uma vez reitero: nada melhor que se comunicar, educar e aprender.


Depoimento da Educadora Social do Núcleo Odomodê, Thiessa Santana:
O vídeo de Darcy Ribeiro despertou uma série de indagações e afirmações nos jovens.
"Porque a África é um 'País' pobre?"
"Os africanos deram inicio a nossa história!"
"Eu queria muito ser negra!" 
Estes foram alguns dos questionamentos trazidos pela juventude ao perceberem a história da África e do Brasil por outras lentes.
Desmistificamos a ideia de África como um continente pobre e sem cultura como é propagado na mídia, reafirmando como o berço da humanidade.
Foi um momento muito bom e descontraído, na qual conseguimos conduzir cada resposta de forma crítica.
O Cine nos proporcionou esse espaço tão oportuno para que pudéssemos dialogar e sensibilizar  os jovens para o combate às desigualdades raciais e sociais, e para a luta contra os preconceitos, violências e exclusões.


Vinícius Mendonça, cineclubista da Rede Cidadão do Mundo:
"Acredito que só fazendo um trabalho em Rede que podemos conseguir dar conta das demandas sociais. Existem muitos grupos veteranos que carecem de uma oxigenação. Assim como existem muito coletivos iniciantes que precisam de espaço e pessoal organizado para acolher e dar oportunidade de ter as primeiras experiências. O Odomodê é um exemplo de grupo organizado que tem um enorme potencial formador de iniciativas."

Desde já o Núcleo indicou estar de portas abertas para nossas contribuições. Estaremos nos organizando para poder fazer exibições lá e também em outros locais. Locais públicos por exemplo é um dos formatos que almejamos para poder interagir e interferir na rotina das pessoas.

domingo, 7 de agosto de 2016

Terrorismo Po(ético)lítico*

ESTRANHAS DANÇAS NOS SAGUÕES de Prefeituras, Câmaras e Judiciários. Shows pirotécnicos não autorizados. Arte terrestre, trabalhos-telúricos como bizarros artefatos de Anjos & Demônios de Paletó espalhados na explanada dos Ministérios. Arrombe Gabinetes de Deputados Federais mas, ao invés de vandalizar, deixe objetos Poético-Terroristas. Rapte um assessor e faça-o feliz. Escolha um pré-candidato aleatoriamente e convença-o de que ele é herdeiro de uma enorme, fantástica e inútil fortuna: digamos 8000 quilômetros quadrados da Antártida, ou um velho elefante de circo, ou um orfanato em Bombaí, ou uma coleção de manuscritos alquímicos. Mais tarde, ele irá dar-se conta de que acreditou por alguns poucos momentos em algo extraordinário, & talvez, como resultado, seja levado a buscar uma forma mais intensa de viver. Ou seja um político eleito diferenciado.

Dê água para andarilhos pobres. E convença-os de que vale a pena oferecer água em troca de cervejas em bares frequentados por universitários. "Mendingo-artistas".

Pregue placas comemorativas de latão em locais (públicos ou privados) onde experimentaste uma promessa de um político que cumpriu. Mas também pregue placas descomemorativas  nonde há demanda relevante.

Ande nu por aí. E diga que o rei ainda não está nu e precisaria se juntar contigo.

Faça concurso para o Poder Público, crie  uma associação de empregados da categoria e faça uma greve reivindicando a redução do seu próprio salário para ajudar a financiar verba para coisas mais importantes. Indolência & beleza espiritual seriam pautas ínfimas comparadas a sua estratégia.

Crie uma associação nacional de neo-veganos e convença a todos que comer carne te faz perder legitimidade de discursos políticos-engajados. E faça com que essa associação ganhe muito poder político partidário. Muito importante ressaltar que estaria programado para 10 anos após a sua fundação, o idealizador do movimento ter um vídeo depoimento da mentira teórica do próprio movimento. Fazendo com que as pessoas "politicamente-corretas" fiquem perdidas e compreendam a manipulação da nova esquerda das desconstruções de significados (Mesmo caso do TDHA).

Ande com papel, tenha disponível também uma caneta e tenha coragem de parar de andar, de carro ou a pé, não importa onde esteja, e escreva, registre tudo que acha necessário. PS.: Se pensares que é louco por isto, quando alguém te acusa ou você sinta que a "sociedade" te reprima por isso. Escreva mais sobre isso e se reafirme de louco pra essas pessoas pra você não perder tempo com debates complexos.

A reação da audiência ou o choque estético produzido pelo Terrorismo Poético deve ser pelo menos tão forte quanto a emoção do terror: nojo poderoso, excitação sexual, admiração supersticiosa, inspiração intuitiva repentina, angústia dadaísta - não importa se o Terrorismo Poético é direcionado a uma ou a várias pessoas, não importa se é "assinado" ou anônimo; se ele não muda a vida de todos (além da de alguém), ele falhou.

O Terrorismo Poético é um ato em um Teatro de Crueldade que o palco é seus princípios sendo conquistados e concretizados... Quem não tem palco é o artista da intelligentsia "anti-sistema"(nem assentos, ingressos ou paredes). Para funcionar, deve ser categoricamente divorciado de todas as estruturas convencionais de consumo de arte (galerias, publicações, mídia). Mesmo as táticas guerrilheiras Situacionistas de teatro de rua já estão muito bem conhecidas e esperadas, atualmente. Inclusive o TP.

Uma requintada sedução levada adiante não apenas pela satisfação mútua, mas também como um ato consciente por uma vida deliberademente mais bela: este pode ser o Terrorismo Poético definitivo. O Terrorista Poético comporta-se como um aproveitador do aproveitador barato cuja meta não é apenas dinheiro, mas MUDANÇA e DINHEIRO e MUDANÇA e ETC.

Faça TP para outros artistas, faça-o para pessoas que perceberão que o que acabaste de fazer é arte. Não evite categorias artísticas reconhecidas, não sei se deve evitar a política, não sei se deve ficar por perto para discutir, ser sentimental ou não é de cada um; seja impiedoso, não corra riscos, vandalize apenas o que precisa ser desfigurado, faça algo que as crianças(pessoas com possibilidade de mudança de perspectiva) lembrarão pelo resto da vida - mas só seja espontâneo quando a Musa do TP tenha te possuído.

Fantasia-te. Deixa um nome falso. Seja lendário. O melhor TP é contra a lei, mas não seja pego. Arte fazendo uma suposta ação insana e inesperada se tornar mudança real.

Faça Filosofia não faça perpetuação de achismos das internetz... Ou apenas faça algo!

* - Adaptação de Hakim Bey: Terrorismo Poético Capítulo de "Caos, os Panfletos do Anarquismo Ontológico" (parte um de "Z. A. T.")


Vinícius Mendonça
www.wattpad.com/user/VinciusMendonca

sábado, 6 de agosto de 2016

Darcy Ribeiro: O Povo Brasileiro

É com muita honra que o "Cineclube Ciber & Cultura" - uma iniciativa da Rede Cidadão do Mundo -, realizará a exibição seguida de debate da obra prima de Darcy Ribeiro: O Povo Brasileiro, no espaço do Núcleo Afro Odomodê no centro da capital do ES - Vitória.

O antropólogo Darcy Ribeiro (1913-1997) foi um dos maiores intelectuais brasileiros do século XX. Esse DVD duplo traz todos os 10 programas da elogiada série baseada na obra central de Darcy, 'O povo brasileiro', em que o autor responde à questão 'Quem são os brasileiros?', investigando a formação do nosso povo. 'O povo brasileiro' é uma recriação da narrativa de Darcy Ribeiro e discute a formação dos brasileiros, sua origem mestiça e a singularidade do sincretismo cultural que dela resultou. Com imagens captadas em todo o Brasil, material de arquivo raro e depoimentos.



sexta-feira, 5 de agosto de 2016

A Cibercultura do Wattpad

Entrevista exclusiva com os "embaixadores"(Carlos Rocha e Peterson Rodrigues) da rede social de escritores: Watpadd.

FABIANO OLIVEIRA


Logo Wattpad
Você sabe o que é Wattpad? Na atual cibercultura é comum ocorrer vários elementos desse comportamento social que advém do uso de computadores, laptops, celulares e etc. Na produção literária independente, o Wattpad surgiu, em 2006, no Canadá,  em colaboração entre Flor Saucedo e Ivan Yuen.

Trata-se de uma plataforma online que permite aos usuários compartilhar gratuitamente suas publicações, contos, novelas, romances, ficções e etc, com milhares de leitores. É permitido aos leitores dessa plataforma online gratuita, votar, comentar e compartilhar suas histórias favoritas. O Wattpad está espalhado pelos principais países do mundo. Os Estados Unidos possui o maior número de usuários. No Brasil, há cerca de um milhão e duzentas mil pessoas lendo e/ou escrevendo no Wattpad.


Entrevistados
Embora seja um espaço que democratiza a produção literária, nota-se uma qualidade, nos textos, comprometedora, revelando um Brasil que lê pouco e escreve ainda menos. Carlos Rocha, um dos embaixadores da plataforma no Brasil, sobre a democratização desse ciberespaço, diz:
"Eu acho que o Wattpad permite que autores e leitores com diferentes tipos de experiência e exigência convivam e interajam. É legal dar a possibilidade de autores pouco experientes darem suas "caras a tapas". A colocação de obras é muito flexível, assim um autor pode retirar sua obra, ou reformulá-la quantas vezes quiser (do Wattpad). Eles podem receber críticas (construtivas, de preferência) e terão a oportunidade de aprender, em contato com o público de leitores, ou mesmo outros escritores, como aprimorar suas obras". Portanto, para encontrar uma boa história, é preciso "garimpar", como gostam de dizer os usuários, se referindo à procura minuciosa para encontrar boas jóias literárias.

Os Embaixadores, como são chamados os moderadores do Wattpad, são voluntários que exercem vários papéis; tradução, auxílio no gerenciamento da comunidade, remoção de conteúdos impróprios, além de exercerem peso na indicação de destaques e votos em concursos das categorias.
É oportuno dizer que Wattpad tornou-se uma vitrine para editoras; tanto no Brasil quanto nos outros países é comum autores terem suas obras publicadas fisicamente, como no caso do autor M.V. Barcelos que escreveu  "Horror na Colina de Darrington". As editoras recebem os originais de autores wattpadianos que soma a quantidade de visualizações na plataforma como argumento para mérito de publicação.  Peterson, autor de Thystium e também Embaixador do Wattpad, sobre essa "vitrine", diz:
"Sem sombra de dúvidas (Wattpad) tornou-se uma vitrine. E é a curva natural de desenvolvimento para o site. Aconteceu nos outros países e é ótimo que aconteça aqui. O Wattpad acaba sendo ótimo para construir uma base de público. E o que pode ser mais interessante para uma editora do que um autor com milhares de leituras e leitores? A publicação de youtubers é um reflexo desta construção de público".

Então, você Cidadão do Mundo, que gosta de ler e escrever, e quer tirar as teias de aranha dos seus textos, receber votos e comentários além dos seus amigos próximos e familiares, então seja bem vindo ao Wattpad.

Carlos Rocha, perfil no Wattpad: www.wattpad.com/user/carlosmrocha

Peterson Rodrigues, obra literária: www.thystium.com

Imagem com exemplo de obra literária no Watpadd

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Casa Aberta

A alegria é herança da loucura, como se vê nas crônicas de uma família que se deu o direito à ela.
Na rua Tenente Aranha, há uma casa aberta; sem portas, nem janelas. Era permitido a toda a gente entrar, ficar e partir quando quiser. Mas nem todos tinham bons olhos. Os vizinhos consideravam aquela família um péssimo exemplo à família tradicional brasileira. Era comum sessões cineclubistas com debates acalorados contra um sistema que proibia a preguiça.

Havia uma fumaça constante, com cheiro forte; ervas queimadas em cachimbos. Sexta-feira era dia de música; bandas independentes agitavam toda a gente que vinham de toda parte da cidade. Aos sábados, sarau de poesia, com direito a performances artísticas, jovens cuspindo fogo, com luzes no cabelo e piercings em toda a cara. Domingo era voltado para a produção sagrada familiar: telas em aquarelas, esculturas sem sentido e coral. Todos tinham sua voz.

Durante a semana, dias comuns, o pai regava as plantas e cuidava do jardim, gritando nu, “Viva a liberdade!”.

A mulher, fumando “um”, sorria preguiçosa na rede, na varanda da casa.

O velho, avô de todo mundo, sentava com um notebook no colo, escrevendo, ora no jardim, ora na varanda, ora na cozinha…

A criança, o único sensato daquela prole, cozinhava, meio sério, meio puto, meio triste.

O papagaio, narrador, explicava toda a história:
– O jardim vai morrer! A rede vai pocar! O velho escreve! O ovo está queimando! – Repetia o pássaro.
Eles sempre são debochados. – Pelado, pelado, nu com a mão no bolso. – Cantarolava.

Alguns anos depois, o papagaio morreu, a criança cresceu, a mulher e o homem envelheceram e o velho já não escreve mais.
A rua se transformou.
Agora todas as casas eram abertas, sem portas, sem janelas e onde toda a gente chega, fica e parte quando quiser.



Fabiano Oliveira
www.wattpad.com/user/FabianoOliveiraFO


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Concurso Literário BUG

Concurso literário realizado na plataforma da rede literária do Wattpad pela Revista BUG.

Clique aqui para acessar o Concurso

A Revista é uma ramificação literária da Rede Cidadão do Mundo, um conjunto de coletivos em prol da cidadania por meio da cultura, de modo geral. É um projeto de extensão envolvendo estudantes da rede pública federal na área de comunicação, filosofia, letras, além de agentes sociais.

A BUG será impressa trimestralmente e o vencedor do concurso terá seu texto publicado numa tiragem de mil exemplares, com todos os créditos e direitos devidamente reservados, distribuídos gratuitamente.

O tema do concurso será sempre baseado no editorial da revista, que em sua primeira edição, trará a Cibercultura, comportamento social que age a partir do uso de computadores, laptops, celulares e etc.

Além da Cibercultura, o tema do primeiro concurso da Revista BUG, está baseado no Realismo Mágico, movimento sulamericano que, tem na obra "Cem Anos de Solidão" de Gabriel Garcia Marquez, um marco literário, contrapondo a fantasia clássica da Europa. No Brasil, destaque para as obras de Murilo Rubião.

A data de inscrição é do dia 05/08/2016 até 05/09/2016. Portanto, um mês de prazo. A data do resultado será divulgada após o término da inscrição.

Não há limite mínimo de palavras. Limite, apenas, para o máximo de palavras: 5000 (cinco mil).

Para se inscrever, coloque o título do conto, sinopse e link no capítulo separado especificamente para "INSCRIÇÃO". Não se esqueça da tag #revistabug.

Perguntas apenas no capítulo exclusivo para "PERGUNTAS".

Comentários podem ser feito aqui mesmo nesse capítulo.

Os três (3) primeiros colocados ganharão diagramação da obra e publicação na Revista BUG Online.

O Campeão terá seu conto publicado na Revista BUG Impressa, além da revista online.

Serão destacadas dez (10) menções honrosas. Um conto das dez menções honrosas será publicado na Revista BUG Online, com diagramação.

Todos os contemplados para a Revista BUG deverá enviar uma foto de perfil com uma pequena descrição para os leitores, por email.

Antes de cada concurso, publicaremos uma entrevista com o vencedor, que será publicado tanto aqui quanto na Revista BUG Online.

Desde já, desejamos boa sorte a todos.

"Escrever é uma arte, como tudo mais".