sexta-feira, 29 de julho de 2016

Qualidade do Indivíduo

O coletivo social se conectou, com um tapa na nuca, forçando o súdito a se prostrar, curvado, com a fronte inclinada, sempre para frente; pianinho, calado, sem reclamar. Se isso não é positivo para alguns, para outros é finalmente se render, de bom grado, ao opressor do tempo que passa e que um dia, ou outro, sempre finda.  Ser insano, ora ou outra, é corriqueiro.

 - Viva a pátria! - Alguém vai gritar, na qualidade de cidadão.

O homem, em seu cubículo de escritório, está desgastado. Ele quer chegar em casa, tomar banho, ouvir música, receber o prato quente na mão, jantar no sofá, assistindo TV. Algum problema?

A filha, encantada com a universidade, quer fazer amor gostoso, publicar em seu blog, beber até ficar em coma e continuar frustrada em busca de entender a felicidade. Algum problema?

O avô quer ficar calado! Algum problema?

A mulher, consumada, consumida, consciente, quer esperar o marido, a filha, o avô e o rato, em paz. Alimentar a todos e então, somente então, se cuidar. Algum problema?

Depois que todos daquela tirpe cansou de se prostar e finalmente dormiram com a TV ligada e esquecida, o rato chegou, pegou uma migalha e assistiu um curta sobre a qualidade dos gatos, seu programa favorito. Sem problema algum...




Fabiano Oliveira



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